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Alma de um VagaMundo

quinta-feira, abril 28, 2005

Florença - Duomo 

Eis que finalmente chegamos a Florença, considerada como uma das maiores capitais artísticas do mundo, graças à contribuição de escritores como Dante, Petrarca e Maquiavel e de pintores e escultores como Botticelli, Miguel Ângelo e Donatello.



Passear em Florença é sensivelmente igual a percorrer um museu ao ar livre, com uma obra-prima e um artista em cada esquina. É uma cidade que transpira vida a qualquer hora do dia, que esconde segredos em cada ruela, em cada casa, em cada praça. Florença é a cidade das pessoas que vêm a vida com olhos de poeta e com o coração dos amantes. Para estes é quase impossível não se apaixonarem pela capital toscana, uma cidade iluminada de genialidade artística.



Começamos a nossa visita pelo símbolo mais famoso de Florença. Falo do Duomo, com a sua cúpula de tijolo, apenas a quarta maior catedral da Europa e o mais alto edifício da cidade. Esta obra impressionante domina o centro de Florença, acompanhada pelo Baptistério, com as suas portas de bronze, e pelo Campanile, obra projectada por Giotto com 85 metros de altura.



Para além do seu interior de grande beleza, o Baptistério tem como grande atracção as já mencionadas portas de bronze de Lorenzo Ghiberti, construídas para comemorar o fim da peste que havia assolado a cidade. Miguel Ângelo deu-lhes o nome de “Portas do Paraíso”, visto que os dez painéis que a compõem mostrarem diversas passagens bíblicas, como por exemplo a Queda de Jericó e Abraão e o Sacrifício de Isaac.



Após percorrermos, um sem número de vezes, o recinto do Duomo e de nos perdermos a admirar os seus intermináveis detalhes decidimos dar corda aos sapatos e subir as mais de quatrocentas escadas que nos separavam da sua cúpula (91 metros de altura). Para além de ser cansativo, como podem imaginar, as passagens são muito estreitas o que torna algo penosa a subida ao ponto mais alto da cidade. Mas valeu a pena pois a vista é simplesmente sublime, como podem comprovar pelas fotografias. E é com elas que vos deixo por hoje.


San Lorenzo


Palazzo Vecchio


Piazza della Repubblica


Campanile

A. Narciso @ quinta-feira, abril 28, 2005

terça-feira, abril 26, 2005

Regresso da época das esplanadas 



Agora que o sol (aparentemente) se impôs à chuva e vai reinar nos próximos quatro meses, está por dias, horas, a abertura oficial da época das esplanadas, indiscutivelmente o desporto favorito dos portugueses. Ao contrário da caça, que também tem a sua época, a esplanada pode ser praticada por toda a gente, de todas as idades e condições sociais, sem grande esforço, razão mais do que suficiente para justificar a sua popularidade. Os canais de televisão estão a perder um filão. Se organizassem um concurso, ou um campeonato, de esplanadas rebentariam com as audiências, porque não há nada que interesse mais aos portugueses que uma boa, (ou uma má, ou uma qualquer) esplanada.
Por um livro, por um filme ou por uma exposição, os portugueses não andam quilómetros, nem se submetem a complexos engarrafamentos de horas para estacionar o carro. Aliás, os portugueses fazem mais por uma esplanada que por qualquer outra coisa. Basta um raio de sol - que até nem precisa de ser grande coisa -, para que as esplanadas encham.

Curiosamente, o resto interessa pouco (por resto, entendam-se os barulhos, os cheiros, as cervejas mornas, a antipatia dos empregados, a falta de guardanapos, a tosta mista que demora uma hora, a mostarda que não sai do frasco, as moscas, a falta de mesa, o copo de água mal lavado, a Pepsi em vez da Coca- Cola, o vento, o pó, os mosquitos, as motas sem escape, os putos na trotinetes, os bebés aos berros, os gandulos a meterem-se com as mulheres, o Ginger Ale sem limão).

O português presta homenagem ao rei sol como ninguém, o que é curiosíssimo num país como nosso, onde, por muito que achemos o contrário, nunca há verdadeiro mau tempo (há furacões, tornados, tempestades, nevões?). Talvez seja porque a adoração que temos pelas esplanadas assinala uma espécie de reconciliação: chegou o sol e o bom tempo e agora, finalmente, já temos que fazer: ou seja, nada. Somos obcecados pelas esplanadas simplesmente porque as esplanadas são o habitat do nada, a nossa ocupação favorita, a nossa devoção, o nosso nirvana.

Estar sentado numa esplanada, uma, duas, três, seis horas SEM FAZER NADA é aquilo que fazemos melhor. E, e esta é a parte mais saborosa, ganhamos sempre. Exceptuando ter de chamar o empregado duas ou três vezes, levar a mão ao copo uma meia dúzia de vezes e enxotar as moscas, nada mais há a fazer. Alguns, mais sofisticados, pegam naqueles guardanapos de papel improváveis, limpam a boca e fazem uma bolinha. Enquanto outros povos fazem desporto, tratam dos jardins, passeiam, vão ao teatro, brincam com os miúdos, submetendo-se a toda a espécie de perigos e cansaços, a nós encontram-nos numa esplanada. Logo à tarde, pode ser?

A. Narciso @ terça-feira, abril 26, 2005

sexta-feira, abril 22, 2005

Indie Lisboa 2005 



Arrancou ontem o 2º Festival de Cinema Independente de Lisboa. Até ao próximo dia 1 de Maio o Fórum Lisboa e os Cinemas King vão exibir mais de 130 filmes oriundos dos cinco continentes, entre curtas e longas-metragens. Espera-se que este seja o ano da consolidação do festival. Para além do notório aumento de filmes em exibição, a principal alteração em relação ao do ano passado é realizar-se em dois complexos diferentes, ainda que geograficamente muito próximos (King e Fórum Lisboa em contraposição com o São Jorge do passado ano).

Também a nível de prémios o festival cresceu. Os valores em jogo foram dobrados, pelo que o Indie se tornou num festival muito mais apetecível no circuito internacional. A prová-lo estão as presenças confirmadas de cerca de 50 realizadores nacionais e estrangeiros que apresentarão os seus filmes e estarão disponíveis para sessões de perguntas e respostas.

No que à programação diz respeito, e porque as principais secções se mantêm inalteradas - Competição (primeiras-obras), Observatório (cinema independente contemporâneo essencial), e Herói Independente (este ano, retrospectiva integral do chinês Jia Zhangke e um olhar sobre o novo cinema argentino) - o destaque vai para o "Director's cut", uma nova secção que traz uma versão reconstruída do clássico de guerra "The big red one", de Samuel Fuller.

Na extensa programação do IndieLisboa não faltam propostas de bom cinema, por isso dêm uma olhadela para o cartaz e aproveitem o fim de semana prolongado para passarem por lá.



Ainda no que ao cinema diz respeito, quero chamar a atenção para o filme “Der Untergang”, que finalmente se estreia em Portugal, e que trás até nós os últimos dias de Adolf Hitler e do seu staff no “Führerbunker” em Berlim. Para saberem mais leiam, ou releiam a review que fiz em Setembro de 2004 (clicar aqui).



Nota ainda para o filme “Gegen die Wand” (Head On), que já se encontra em cartaz à uma semana. O filme de Fatih Akin, que venceu o Festival de Berlim 2004, regressou às salas portuguesas após a sua passagem no Festival de Cinema Alemão do passado Fevereiro. Para quem ainda não viu, recomendo não perderem a oportunidade. Para mais informações clicar aqui.

Boas Sessões e Votos de um Bom Fim de Semana

A. Narciso @ sexta-feira, abril 22, 2005

quarta-feira, abril 20, 2005

Recortes de uma Moleskin II 



Era de noite, estava luar.
No iluminado carrossel, os cavalos alados voavam incansáveis, cortando o frio nocturno que se sentia no ar.
Não está frio no nosso abraço.
Dançamos os dois ao som de uma qualquer banda de rua, que toca animada. Sinto a praça só nossa, ao suave toque dos teus lábios nos meus.
Nada mais existe para além do nosso rodopiar, da tua alegria, da minha, do nosso querer, do nosso ser...

Terminamos a noite trocando palavras de amor no sereno silêncio do olhar, sob a contemplação atenta de ninguém...

AAA

A. Narciso @ quarta-feira, abril 20, 2005

terça-feira, abril 19, 2005

Roma IV - da Piazza di Spagna ao Vaticano 



Em forma de cordão retorcido e rodeada por fachadas silenciosas e fechadas, a Piazza di Spagna está usualmente apinhada durante todo o dia. O dia da nossa visita não constituiu uma excepção, como podem comprovar pela fotografia. Esta praça deve o seu nome ao Palazzo di Spagna, construído no séc. XVII para hospedar a Embaixada de Espanha, junto da Santa Sé. A vista que se tem do alto da Scalignata di Spagna (nome das escadarias), é uma das melhores da cidade, sendo que a mesma é uma escolha recorrente de muitos realizadores de cinema (Oceans Twelve é um dos mais recentes exemplos).

A Piazza de Spagna é um local tradicional de encontro de jovens, turistas e dos indispensáveis artistas de rua, que usualmente se reúnem em torno da Fontana della Barcaccia. A igreja que fica localizada no topo tem por nome Trinità dei Monte, tendo sido construída em 1495 e contendo no seu interior inúmeras obras de arte.

Depois de se visitar a praça nada como fazer um pequeno passeio seguindo a famosa Via Condotti, que é somente uma das ruas mais elegantes de Roma, contendo inúmeras lojas de modas e cafés de luxo, de onde se destaca o Caffé Greco. A animação de rua também não falta por estas bandas. O único senão é a quantidade abrupta de turistas por metro quadrado... mas nada é perfeito. Depois é continuar pela badalada Via del Corso, que é uma das mais movimentadas artérias de Roma, e que segue desde o Vittoriano até à Piazza del Popollo.



Após a sessão de vagamundagem pelo “coração” romano rumamos até às margens do rio Tevere, onde majestosamente se ergue o Castelo de Santo Ângelo, que deve o seu nome a um anjo que em 590 d.C. surgiu no castelo, anunciando que a peste, que na altura atacava Roma, iria cessar.
Durante a época medieval esta foi uma das mais importantes fortalezas pertencentes aos Papas. Mais tarde, na época dos movimentos de unificação da Itália ocorridos no séc. XIX, serviu como calabouço e prisão para muitos patriotas.



Do castelo já se avistava ao longe a Cidade do Vaticano, a capital mundial do Catolicismo, com a Basílica de São Pedro no horizonte.



O mais pequeno estado do mundo fica no local onde São Pedro foi martirizado e sepultado, tornando-se a residência dos Papas que lhe sucederam. Para além da praça e da Basílica de São Pedro é de se visitar o famoso museu do Vaticano e a Capela Sistina, moradia dos deslumbrantes frescos de Michelangelo.



Recomendo não perderem a oportunidade de verem in loco os engalanados guardas suíços do Vaticano. E de Roma é tudo. Next Stop: Florença.



Nota: O amigo Jorge do blog Extensa Madrugada, que muito aprecio, desafiou-me também para dar continuidade à Corrente Literária que anda a correr a Blogosfera. Podem encontrar as minhas respostas aqui.

A. Narciso @ terça-feira, abril 19, 2005

sexta-feira, abril 15, 2005

Recortes de uma Moleskin 



Corremos os dois de mãos dadas pelas margens do rio Arno. A brisa faz os teus cabelos dançar por entre o sorriso que na minha alma se espelha.
Os lábios tocam-se, eliminam a saudade. Com a minha mão na tua, com o teu olhar no horizonte, não existem espaços vazios, não existem distâncias, pecados nem perdões... não existem sois que não brilhem, nem noites sem luar.

Algures no Arno, num pequeno banco de areia, uma ninfa canta a nossa ode. Consegues escutá-la, no passeio que o vento faz pelas ruelas estreitas do Amor?

Algures num miradouro da cidade, um ancião observa os meus, os teus, os nossos gestos. Recorda com saudade quem já foi, quem gostaria de ter sido, quem nunca foi. Em seus pensamentos são dele os nossos passos.

Algures no mundo estou eu, de braços abertos, esperando por ti...

AAA

A. Narciso @ sexta-feira, abril 15, 2005

Corrente de literatura 

Amavelmente, o amigo Carriço fez-me o desafio. Desafio aceite, eis chegado o momento de vós dar as respostas.

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

Não gostaria de ser um livro, preferia ser uma Moleskine.

Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um personagem de ficção?

Temo desapontar mas... não. Existem personagens com as quais simpatizo, mas não passa disso.

Qual foi o último livro que compraste?

Anjos do Universo de Einar Már Gudmundsson

Qual o último livro que leste?

Budapeste de Chico Buarque. Livro que recomendo.

Que livros estás a ler?

O principal, é o Nome de Toureiro de Luís Sepúlveda

Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?

Acima de tudo levava uma pilha de Moleskines e uma caneta, porque tempo não me iria faltar para escrever. De livros levava a Insustentável Leveza do Ser e a Imortalidade de Kundera, Patagónia Express do Sepúlveda, Amor em Tempos de Cólera de Gabriel G. Márquez e o Perfume de Patrick Suskind.

A quem vais passar este testemunho (3 pessoas) e porquê?

À Bel@ngel, do Andar à Nora, porque é o caminho que mais gosto de trilhar.

Ao Jota, do Keine Problem, porque para além de adorar ler, foi quem me trouxe para a blogosfera.

Ao Duarte, do Pilha-Livros, porque... ao visitarem o blog dele vão perceber porquê.

A. Narciso @ sexta-feira, abril 15, 2005

quarta-feira, abril 13, 2005

Roma III - da Piazza Navona à Fontana de Trevi 



Não se recordam os dias, recordam-se os instantes

Relativamente perto do Panteão encontramos a teatral Piazza Navona, o centro social da cidade de Roma. Seja de dia, seja de noite, a actividade não cessa à volta das três fontes barrocas. São inúmeros os pintores que exercem e vendem a sua arte no local, assim como muitos outros artistas de rua, que vão dos saltimbancos aos músicos. É fácil perdermo-nos pelo meio desta apinhada galeria de rua. E não é nada fácil não ceder à tentação de trazermos connosco algumas das atraentes obras expostas. Na Piazza Navona também não faltam os cafés e os restaurantes com as suas sempre cheias esplanadas. O único senão é mesmo os preços praticados. Mas dias não são dias...



Indo ao particular, a grande atracção da piazza é a famosa Fontana dei Quattro Fiumi de Bernini. A referida fonte tem estátuas dominadas por um obelisco que representam os quatro maiores rios do mundo da época da sua criação, nomeadamente: o Nilo, o rio da Prata, o Ganges e o Danúbio. É uma obra magnífica e não é de admirar se passarem uma boa dezena de minutos a olhar para ela de todas as perspectivas possíveis.



Os arredores da piazza são também muito simpáticos. Aconselho um passeio ao longo da Via del Governo Vecchio, onde podem sentir a Roma antiga, caracterizada pelas fachadas dos edifícios renascentistas, pelos fascinantes antiquários e pelas inúmeras trattorie.



Após nos perdermos em passeios pelas ruelas circundantes à piazza Navona, rumamos para o nordeste de Roma onde nos deparamos com a maior e mais famosa fonte de Roma, a Fontana de Trevi. Este projecto de Nicola Salvi tem como figuras centrais Neptuno ladeado por dois tritões. O lugar marcava o final do Aqueduto de Aqua Virgo, que canalizava água para as novas estâncias termais de Roma. Um relevo no primeiro andar, mostra uma rapariga, de seu nome Trivia, a quem a fonte deve o seu nome. Conta a lenda que ela mostrou a nascente de água aos sedentos soldados romanos, a 22 kms da cidade.



E quem por aqui passa não deve partir sem cumprir a já lendária tradição de mandar uma moedinha para a dentro da fonte. Dizem que assegura que um dia voltarão à cidade eterna.
Mas não podem atirar a moeda de qualquer maneira. Existe todo um ritual romano a cumprir para assegurar a vossa futura viagem a Roma: devem estar de costas para a fonte, segurar a moeda com a mão direita e mandá-la para trás com um movimento sobre o ombro esquerdo. Não devem olhar para a moeda, portanto se tiverem dúvidas em relação à vossa pontaria peçam a alguém para conferir.



Obviamente que também nós cumprimos a tradição, se bem que para tal, tivemos que abrir caminho através de uma multidão de turistas. Mas valeu bem a pena até porque a Fontana de Trevi foi o nosso ponto de eleição em Roma. Se tiverem oportunidade não deixem de por lá passar à noite. Aproveitem e jantem num dos óptimos restaurantes que se podem encontrar nas ruelas circundantes. Para Itália, os preços estão em conta e a maior parte dos restaurantes tem uma vasta carta de vinhos.

A. Narciso @ quarta-feira, abril 13, 2005

segunda-feira, abril 11, 2005

Passeio 



Caminham hoje lado a lado, pelas margens do Tejo, os Amantes.
Como guia um idoso pinheiro manso, que na sua plenitude repousa.
Dão as mãos, beijam-se, escutam o chilrear dos pássaros, o navegar do vento pelas folhas dos salgueiros, o lento passar das águas rumo ao mar.
Sentem o sol que a pele lhes aquece, o abraço que os tatua, o pequeno cadeado aberto que os prende.

Caminham ao ritmo palpitante dos corações, que em um se confundem.
Caminham, com a alegria de quem sabe que não existe final para um passeio assim.

A. Narciso @ segunda-feira, abril 11, 2005

sexta-feira, abril 08, 2005

Roma II - do Capitólio ao Panteão 



Prosseguimos a nossa viagem pelo Capitólio, cidadela da Roma Antiga que foi desenhada por Miguel Ângelo no século XVI. A Piazza del Campidoglio com a sua larga escadaria, para além de ser extremamente agradável é ladeada pelo Palazzo Nuovo e pelo Palazzo dei Conservatori, que abriga os Museus Capitolinos onde podem encontrar belas colecções de esculturas e pinturas.



Descendo a Cordonata e andando um pouco para a direita, em direcção à Piazza Venezia o monumento a Vittorio Emanuele, o primeiro rei da Itália unificada, começa a mostrar toda a sua imponência. É certo que já do coliseu se avistava as suas traseiras, mas só na Piazza Venezia tivemos consciência do colosso que era. Extremamente agradável subir aquelas enormes escadarias e passear pelas suas arcadas enquanto se mira Roma de cima. A vista é de facto fantástica e julgo que as fotografias falam por mim.



Visita feita, decidimos caminhar em direcção ao Panteão. Os arredores do mesmo são deliciosos, e caracterizam-se por ruas estreitas animadas por abundantes restaurantes e cafés. É também o bairro financeiro e político da cidade, abrigando o Parlamento e a bolsa de valores entre outros edifícios governamentais.



Até chegarmos à Piazza della Rotunda (onde se encontra o Panteão), somos surpreendidos em praticamente todas as esquinas. Seja uma casa que parece nascida de um sonho, seja uma ruela mágica, uma fonte que goteja ou “somente” uma Piazza que teima em aparecer diante de nossos olhos. Roma é rica neste tipo de recantos, neste tipo de surpresas. É de facto muito agradável.



Já perto do Panteão surge a Piazza della Minerva (dominada por um elefante que suporta um obelisco egípcio – da autoria de Bernini) onde se encontra uma das poucas igrejas góticas de Roma. Falo da Igreja Santa Maria sopra Minerva, onde podem encontrar várias obras de Miguel Ângelo, Bernini e Filippino Lippi.



E “finalmente” eis que chegamos a um dos maiores símbolos da cidade. O Panteão, o “templo romano de todos os deuses”, é o mais bem conservado edifício antigo de Roma, tendo sido construído no século I. Quando atravessamos o impressionante pórtico da entrada descobrimos o esplendor deste edifício. A vasta cúpula hemisférica dá uma proporção perfeitamente harmoniosa ao edifício. Merece sem dúvida uma atenta visita.

Depois de todas estas visitas e caminhadas nada como um Spaghetti alla Carbonara (prato típico romano) numa das simpáticas esplanadas da Piazza della Rotunda. E para arrematar um dolce cappuccino!

A. Narciso @ sexta-feira, abril 08, 2005

quarta-feira, abril 06, 2005

Roma - Coliseu e Fórum Romano 

Vamos iniciar esta nossa viagem pela cidade de Roma, cidade que se encontra de luto devido ao falecimento do Papa João Paulo II. Independentemente da religião e da fé que vos mova, julgo que todos sabemos reconhecer o grande homem que o Santo Padre foi. Seguramente não foi perfeito (apenas um homem, convêm não esquecer), mas alcançou grandes feitos. Que descanse em paz!

Chegamos a Roma na Sexta-feira Santa e o plano original era assistirmos à noite mais alta do Coliseu in loco (falo da Via Sacra). Porém tal não foi possível graças à alta eficiência da Iberia que nos atrasou o voo em apenas quatro horas. Bem, ainda vimos o coliseu em festa, mas do lado de fora e da janela de um táxi. Portanto podem agradecer à Iberia o facto de não haver nenhuma fotografia do evento. Nós já agradecemos...



No dia seguinte, recompostos da atribulada viagem e após a compra dos bilhetes de comboio para Florença, iniciamos então as nossas deambulações pela capital Italiana. E nada como abrir as hostilidades no mais famoso monumento romano. O Coliseu é de facto imponente, sendo o maior anfiteatro de Roma. Este foi o palco dos já míticos combates mortais entre gladiadores e animais selvagens, a que assistiam os imperadores e os cidadãos abastados. A capacidade máxima do recinto era de 55 000 lugares sentados e as pessoas eram dispostas de acordo com a sua classe social.



Infelizmente não nos foi possível entrar no recinto (fim-de-semana da Páscoa em Roma significa filas de espera de duas ou mais horas), logo limitamo-nos a vagamundear pelos arredores. Na multidão pode-se distinguir alguns soldados romanos. Desenganem-se aqueles que pensam que os bravos guerreiros estão de volta. Agora limitam-se a tirar fotografias aos turistas em troca de alguns euros. Mudam-se os tempos, mudam-se as necessidades (eu sei que o provérbio é “vontades”, mas também ele é mutável).



Prosseguimos a nossa visita caminhando até ao Fórum Romano. Nos primórdios da república, o Fórum era um local caótico, que abrigava estabelecimentos de comida, bordéis, templos e a casa do Senado. No século II a.C., foi no entanto decidido que Roma necessitava de um centro mais salubre e os ditos estabelecimentos de comida foram substituídos por centros de negócios e tribunais.



As maiores atracções do vasto espaço são, a Casa das Virgens Vestais (que tratavam da chama sagrada do templo de Vesta) e a Basílica de Constantino. Também de realçar o Arco de Tito (construído para comemorar o saque a Jerusalém) e as colunas do templo de Castor e Pólux.



Fórum visitado, decidimos que seria um pecado ir a Roma e não ver a famosa Loba de Rómulo e Remo. Porém não foi nada fácil encontrar o simpático e pequeno (muito pequeno) animal, que se escondia perto do Capitólio (a estátua é uma replica). Mas lá conseguimos.



Qual a história da Loba? Bem, conta uma lenda que certa vez um homem muito cruel atacou o pai de dois gémeos, aprisionando-o e raptando os seus dois filhos que mais tarde abandonou na floresta entregues ao seu destino. Porém o choro das crianças atraiu a atenção de uma Loba que os encontrou. A dita Loba decidiu levá-los com ela e amamentá-los como se fossem seus filhos. Um dia um camponês passava pela floresta e deu com as duas crianças mamando na Loba. Decidiu levá-las com ele e baptizou-as de Rómulo e Remo. Muitos anos mais tarde, já adultos, Rómulo e Remo foram à procura do seu pai sendo que o encontraram, libertaram-no e puniram o homem que o havia aprisionado. Depois, voltaram para o lugar onde a Loba os havia amamentado, nas margens do rio Tevere, e decidiram que aquele seria o lugar de uma nova cidade. O nome escolhido foi Roma. E com a famosa lenda da Loba encerro a crónica de hoje. Até Breve!

A. Narciso @ quarta-feira, abril 06, 2005

segunda-feira, abril 04, 2005

Regresso 


Onde uma chave eternamente repousa; Onde um amor eternamente desperta

A. Narciso @ segunda-feira, abril 04, 2005

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2004 by Alexandre Narciso

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