quarta-feira, março 01, 2006
Reinventar

Queria reinventar os telhados soalheiros, as ruelas de passados calcetadas;
Queria reinventar o espaçado voar de uma gaivota, o barco no porto a aportar.
Queria reinventar as estreitas esquinas de branco caiadas, as portadas abertas em par;
Queria reinventar as flores dos jardins, as estátuas pelo tempo marcadas.
Queria reinventar os pregões das peixeiras, o anunciar da sorte grande;
Queria reinventar as capelas solitárias, as tabernas de ginja animadas.
Queria reinventar o fado vadio cantado à sorte, o amarelado cair da noite;
Queria reinventar Lisboa, para a poder desvendar contigo...
Pintura de Maluda, Telhados de Lisboa