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Alma de um VagaMundo

sexta-feira, abril 30, 2004

Viagem - Cracóvia I 

Na noite de 14 para 15 embarcamos no night train em Wien Sudbanhof com destino a Cracóvia. Foram dez horas de viagem num comboio que tinha de tudo menos conforto e onde era complicado saber onde estávamos. A pequena dimensão dos compartimentos, o facto de as pessoas apenas falarem polaco, de ser de noite e de viajarmos para uma cidade que ficava situada no meio do nada, fez desta noite uma das noites mais surreais (senão mesmo a mais) de toda a viagem. Só nos fazia lembrar os comboios nazis, e a “simpatia” da polícia fronteiriça também não ajudou.



Mas pelas seis da manhã o pesadelo acabou. Finalmente estávamos em Cracóvia, se bem que mais mortos que vivos. A estação fez questionar se teria sido boa idéia viajar tantos kms em tão duras condições para cá chegar, mas depois de algumas horas a dormir no hotel e ao chegarmos ao centro tudo mudou.



Cracóvia é uma pequena preciosidade, e como todas as coisas boas na vida, não é nada fácil de alcançar. Mas vale a pena. Em Cracóvia deu para tudo, desde vida em excelentes esplanadas, a bons passeios pela cidade, a tours às minas do sal e a Auschwitz-Birkenau, a restaurantes de luxo, a momentos de cultura e à maior “noite” de toda a viagem. Foram três dias vividos intensamente e consegue-se facilmente perceber porque é que o centro de Krakow é considerada pela equipa do National Geographic como um dos 20 lugares mais bonitos do mundo.



O Market Square é simplesmente divinal e “perde-se” de boa vontade horas a pular de esplanada em esplanada, para assim apreciar a praça de todos os seus ângulos, refrescados por uma boa cerveja ou acordados por um café. O ambiente desta praça é só igualável à Charles Bridge e à praça principal de Praga. Simplesmente cinco estrelas. Lugar perfeito para que quatro cansados viajantes recuperem forças. E foi aqui que passamos uma parte considerável do nosso primeiro dia em terras Polacas. Um pequeno pormenor é que do alto da torre um corneteiro soa as horas. Aqui está uma forma original de substituição dos sinos.



Ainda tempo para um passeio pelas ruas circundantes, sempre animadas por artistas de várias artes e com uma vida muito própria. Uma dessas ruas levou-nos ao castelo de Krakaw, cuidadosamente colocado nas margens do ria Wisla, que cruza a cidade.



Nas suas margens os nativos descansam na relva circundante ou andam de patins em linha e de bicicleta. O sol que brilhava bem neste dia, ainda ajudou mais a dar cor a esta histórica cidade. De realçar que Krakow é uma cidade universitária logo vê-se muita juventude que anima e muito todos os lugares de lazer.



Na encosta do castelo ainda tempo para mais uma pequena descoberta. A estátua do Dragão, símbolo de Krakow, encontra-se lá, bem em frente à saída da sua toca (Dragon´s Lair). Conta a lenda que aqui morava um dragão que se alimentava em tempos remotos da população local. Um dia, farto destes acontecimentos, o conde Krakow decide matar o dragão. Para tal mandou matar uma vaca e enchê-la de veneno. Colocou-a em frente à toca do dragão e a pobre criatura, gulosa que era, não resistiu à tentação e comeu-a, tendo de seguida morrido. Mas isto não passa de uma lenda...



Ainda tempo para um magnífico jantar num restaurante de luxo, com um atendimento 5 estrelas, um ambiente seleto e música de piano ao vivo, tudo por meros 15 euros. Por agora o meu relato fica por aqui, sendo que continuarei a falar de Krakow um pouco mais tarde. Afinal esta terra merece um maior destaque. Até breve.

A. Narciso @ sexta-feira, abril 30, 2004

quinta-feira, abril 29, 2004

Viagem - Bratislava 

Ao sexto dia de viagem decidimos ir almoçar a Bratislava. Da capital Austriaca à capital Eslovaca são puco mais de 60kms, se bem que a viagem de comboio demore um pouco mais de uma hora, tudo fruto do Passport Check, que a partir de 1 de Maio deixara de ser necessário. É de facto incrível a quantidade de pessoas que vão e vêm todos os dias de Bratislava para Viena para trabalhar.



À chegada a Bratislava percebemos bem porque é que dizem que a Eslováquia é um dos paises mais pobres, dos novos membros da UE. De facto a estação e os arredores são de assustar os mais sensíveis e o obter de informações só é mesmo conseguido com o alemão, e mesmo assim...



Mas ao chegarmos ao centro temos uma boa surpresa. A cidade é relativamente pequena (para uma capital) e pequeno é também o seu centro. Mas é um centro muito pitoresco e simpático onde é agradável passear e estar. As pessoas são também muito simpaticas o que ainda ajuda mais. Outro ponto a favor são os preços. É possível passar um excelente dia em Bratislava por 10 euros, refeições e souvenirs incluidos e ainda estadia em esplanadas. Se estiverem por aqueles lados aproveitem e visitem esta simpática capital.



As fotos são de uma das ruas principais e do parlamento. Ainda na Eslováquia vale a pena visitar o Hight Tatras e alguns dos seus castelos. Um passeio junto ao rio em Bratislava também é um agrádável final de tarde se o tempo ajudar.

No final do dia regressamos a Viena para fazer as malas e embarcar no Night train para a Polónia. Mas o relato polaco fica para mais tarde. Até lá então.

A. Narciso @ quinta-feira, abril 29, 2004

terça-feira, abril 27, 2004

Viagem - Viena 

De Praga a Viena são apenas cinco horas de comboio. Pelo caminho oportunidade para ver de perto a provincia Checa, que em nada se aproxima à sua grandiosa capital. Brno, cidade natal de Milan Kundera e a segunda maior do país, denota claros índices de pobreza, o mesmo que se denota em toda a viagem. Esperava mais desenvolvimente deste nosso parceiro europeu.



A chegada a Viena já foi tardia, sendo que o primeiro dia pouco mais deu do que para jantar e recuperar energias, que depois de quatro dias já se começavam a gastar. Praga tinha sido intensa. No outro dia sim, exploramos Viena. Fiquei algo desapontado com a capital Austriaca. É uma cidade luxuosa, cheia de historia, de galerias e monumentos mas... falta-lhe sal. Para mim, e para quem me acompanhava, Viena peca pela falta de ambiente nas ruas, por ter um espirito demasiado snob. Especialmente se tivermos em conta que acabavámos de vir de Praga, uma cidade com um ambiente cinco estrelas (como em quase tudo na vida, também o ambiente, beleza e "vida" das cidades é algo relativo).



Mas tem sem dúvida a sua beleza e sobretudo uma considerável imponência. Vagueamos então pelo seu centro, visitamos a catedral e o obrigatório palácio imperial. O highlight foi o Castelo de Schönbrunn com os seus lindos jardins. Dentro desses jardins encontramos um labirinto onde, literalmente, nos perdemos por algumas horas e onde nos divertimos à brava, assim como um excelente bar bem no topo do jardim.



Nas fotos podem ver a frente do palacio imperial com a sua estatua, assim como várias fotos dos jardins e do castelo de Schönbrunn. Proxima paragem: Bratislava. Até lá!!!

Fotos:

Palácio Imperial

Jardins de Schönbrunn

Jardins do Palácio

A. Narciso @ terça-feira, abril 27, 2004

domingo, abril 25, 2004

Viagem a Leste - Praha 

Como prometido cá estão as primeiras fotos da viagem a leste. Como já sabem a primeira paragem foi em Praga, a capital da Républica Checa.



Praga é uma cidade encantadora, cruzada pelo rio Vltava e com o seu castelo no horizonte (a fazer lembrar Lisboa a tempos), apaixonarmo-nos pelo seu pôr do sol é algo muito natural. Os seus highlights são a Charles Bridge, com toda a sua animação, que vai de pintores a escultores, passando por músicos e saltibancos. Sempre animada esta velha ponte, decorada com várias estátuas da Paixão de cristo, é um ponto obrigatório para quem visita a cidade eslava.



Logo à frente temos o bairro do castelo onde se destaca a rua Golden Lane, sempre apilhada de pessoas sobretudo junto à casa de Kafka, a vista magnifíca do castelo e as excelentes explanadas que vamos encontrando pelo caminho. Um pequeno senão: nesta zona da cidade ver os preços nos menus não é completamente esclarecedor, é que a todos os preços é acrescentada uma "Tip Tax" que varia entre os 15 e os 20% e que só descobrimos na hora da verdade, ou seja quando chega a dolorosa.
O meu conselho é procurar restaurantes um pouco mais afastados do centro (basta uns 100 metros e tudo muda). Aí come-se e bebe-se bem e não conseguem deixar mais que 5-6 euros. E para mais as pessoas são, regra geral, bem mais simpaticas.


O outro grande destaque vai para a praça do relógio astronómico, onde é simplesmente delicioso ver o cair da noite numa das suas esplanadas (que se lixe a Tip Tax), depois de se circular um pouco pelos mercados de souvenirs que a rodeiam. Pode-se ainda ver a face de Kafka gravada em pedra numa das paredes circundantes.

E já que a noite de Praga está a começar nada como se aventurarem por um dos bares nativos e beberem um Absinto para aquecer, até porque as noites são frias e os 70% desta bebida verde, outrora proibida na Europa, aquecem com toda a certeza ( e o ritual de beber um absinto em Praga é simplesmente demais).

Para terminar o pequeno relato de Praga duas curiosidades: uma é a existência de uma pequena Torre Eifhel em Praga, que apesar de estar a milhas da original é bem visível de praticamente toda a cidade. A segunda é uma rua, perto da Charles Bridge, que é tão estreita, tão estreita que têm um sinal de trânsito luminoso, para que as pessoas esperem pela passagem de quem vem em sentido contrário.



Sem mais despeço-me com mais umas fotos de Praga (é só clicar nos links abaixo). Agora, passados que estão os primeiros três dias de viagem, vou fazer as malas. Um comboio espera-me. Até Viena, cidade dos Czares.

FOTOS:

Charles Bridge

Rua Estreita

Klein Eifhel

Vista do Castelo

A. Narciso @ domingo, abril 25, 2004

segunda-feira, abril 05, 2004

Quadro e Lugar da Semana XIII 

Depois de uma semana onde, para além do súbito inverno, vi uma parte considerável do meu carro ser destruída de forma ainda não identificada, esta semana parece começar com mais alegria... pelo menos com um espírito renovado. O sol brilha, a temperatura adequa-se à estação e quinta feira é o meu último dia de trabalho, antes dos já merecidos 15 dias de férias que me vão levar para bem longe desta rotina que me esmaga o pensamento. Foram 10 meses em que o melhor que tive foram cinco miseros dias sem vir trabalhar. Deixo-vos então com um trabalho de Antoine Watteau e com o desafio de uma viagem para terras Asiaticas.
Uma boa semana para todos!

Quadro da semana:


Antoine Watteau
(França, 1684-1721)
Os cómicos italianos (1720)


Lugar da Semana:


Bangkok: Wat Phra Kaeo - stupas

A. Narciso @ segunda-feira, abril 05, 2004

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2004 by Alexandre Narciso

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